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quarta-feira, 23 de março de 2016

POLÍTICOS DA REGIÃO EM PLANILHA APREENDIDA PELA LAVA JATO

foto URURAU





Documentos apreendidos pela Polícia Federal listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos. É o mais completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada pela força-tarefa da Operação Lava Jato. O site Uol (aqui) teve acesso aos documentos, nos quais estão citados os prefeitos de Campos, Rosinha Garotinho (PR);de Macaé, Dr. Aluizio (PMDB); e de Rio das Ostras, Alcebíades Sabino. Outros políticos da região aparecem, entre eles os ex-governadores Anthony Garotinho (PR), marido da prefeita de Campos e seu atual secretário de Governo, e Sérgio Cabral (PMDB), o governador Pezão (PMDB), os deputados federais Clarissa Garotinho (PR), Rodrigo Maia (DEM), Otávio Leite (PSDB) e Eduardo Cunha (PMDB), o senador Lindiberg Farias (PT). O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), também é citado, assim como os deputados estaduais Paulo Melo e Jorge Piccini, ambos do PMDB, entre outros políticos fluminenses.

À tarde, o juiz Sérgio Moro decretou (aqui) o sigilo das planilhas, por conter nomes que têm foro privilegiado.

As planilhas, que estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, são riquíssimas em detalhes – embora os nomes dos políticos e os valores relacionados não devam ser automaticamente considerados como prova de que houve dinheiro de caixa 2 da empreiteira para os citados. São indícios que serão esclarecidos no curso das investigações da Lava Jato.
Os documentos relacionam nomes da oposição e do governo federal: são mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.
A maior parte do material é formada por tabelas com menções a políticos e a partidos. Várias dessas planilhas trazem nomes, cargos, partidos, valores recebidos e até apelidos atribuídos aos políticos. Algumas tabelas parecem fazer menção a doações de campanha registradas no TSE. Há CNPJs e números de contas usadas pelos partidos em 2010, por exemplo.
Parte significativa da contabilidade se refere à campanha eleitoral de 2012, quando foram eleitos prefeitos e vereadores. As informações declaradas no SPCE (Sistema de Prestação de Contas Eleitorais, do TSE) desse ano não correspondem às dispostas nas tabelas. Na planilha acima, por exemplo, as siglas OTP e FOZ aparecem assinaladas ao lado de diversos candidatos, mas nem Odebrecht TransPort nem Odebrecht Ambiental (Foz do Brasil) realizaram doações registradas naquela eleição.
Em 2012, a Construtora Norberto Odebrecht doou R$ 25.490.000 para partidos e comitês de campanha e apenas R$50 mil para uma candidatura em particular –a de Luiz Marinho, candidato do PT à prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).
Em 2014, a soma de doações da construtora foi de R$ 48.478.100, divididos entre candidaturas individuais e comitês dos partidos. Em 2010, o total foi de R$ 5,9 milhões, apenas para partidos e comitês de campanha.
O conteúdo destes documentos só foram publicados nesta quarta-feira (23), mas todo material foi apreendido na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22 de fevereiro.

Folha da Manhã/por Arnaldo Neto

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