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Documentos apreendidos pela Polícia Federal listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos. É o mais completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada pela força-tarefa da Operação Lava Jato. O site Uol (aqui) teve acesso aos documentos, nos quais estão citados os prefeitos de Campos, Rosinha Garotinho (PR);de Macaé, Dr. Aluizio (PMDB); e de Rio das Ostras, Alcebíades Sabino. Outros políticos da região aparecem, entre eles os ex-governadores Anthony Garotinho (PR), marido da prefeita de Campos e seu atual secretário de Governo, e Sérgio Cabral (PMDB), o governador Pezão (PMDB), os deputados federais Clarissa Garotinho (PR), Rodrigo Maia (DEM), Otávio Leite (PSDB) e Eduardo Cunha (PMDB), o senador Lindiberg Farias (PT). O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), também é citado, assim como os deputados estaduais Paulo Melo e Jorge Piccini, ambos do PMDB, entre outros políticos fluminenses.
À tarde, o juiz Sérgio Moro decretou (aqui) o sigilo das planilhas, por conter nomes que têm foro privilegiado.
As planilhas, que estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, são riquíssimas em detalhes – embora os nomes dos políticos e os valores relacionados não devam ser automaticamente considerados como prova de que houve dinheiro de caixa 2 da empreiteira para os citados. São indícios que serão esclarecidos no curso das investigações da Lava Jato.
Os documentos relacionam nomes da oposição e do governo federal: são mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.
A maior parte do material é formada por tabelas com menções a políticos e a partidos. Várias dessas planilhas trazem nomes, cargos, partidos, valores recebidos e até apelidos atribuídos aos políticos. Algumas tabelas parecem fazer menção a doações de campanha registradas no TSE. Há CNPJs e números de contas usadas pelos partidos em 2010, por exemplo.
Parte significativa da contabilidade se refere à campanha eleitoral de 2012, quando foram eleitos prefeitos e vereadores. As informações declaradas no SPCE (Sistema de Prestação de Contas Eleitorais, do TSE) desse ano não correspondem às dispostas nas tabelas. Na planilha acima, por exemplo, as siglas OTP e FOZ aparecem assinaladas ao lado de diversos candidatos, mas nem Odebrecht TransPort nem Odebrecht Ambiental (Foz do Brasil) realizaram doações registradas naquela eleição.
Em 2012, a Construtora Norberto Odebrecht doou R$ 25.490.000 para partidos e comitês de campanha e apenas R$50 mil para uma candidatura em particular –a de Luiz Marinho, candidato do PT à prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).
Em 2014, a soma de doações da construtora foi de R$ 48.478.100, divididos entre candidaturas individuais e comitês dos partidos. Em 2010, o total foi de R$ 5,9 milhões, apenas para partidos e comitês de campanha.
O conteúdo destes documentos só foram publicados nesta quarta-feira (23), mas todo material foi apreendido na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22 de fevereiro.
Folha da Manhã/por Arnaldo Neto
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