Caixão foi carregado pelo fiel companheiro "Maradona", o burro do carroceiro 'Seu Joaquim'
Embaixo de sol ou de chuva, às 4h da manhã, o senhor Joaquim Domingos dos Santos, de 92 anos, acordava. Carroceiro, levava seu burro para se alimentar no pasto e iniciava o trabalho na pequena cidade de Mimoso do Sul, na região Sul do Espírito Santo.
Embaixo de sol ou de chuva, às 4h da manhã, o senhor Joaquim Domingos dos Santos, de 92 anos, acordava. Carroceiro, levava seu burro para se alimentar no pasto e iniciava o trabalho na pequena cidade de Mimoso do Sul, na região Sul do Espírito Santo.
Figura querida por toda a população, Joaquim Carroceiro morreu na última sexta-feira (17), dias antes de completar mais um ano de vida. A data seria comemorada com festa, evento que fazia questão de convidar pessoalmente dezenas de moradores. Na despedida, o fiel companheiro de trabalho - o burro "Maradona" - levou o seu dono para o descanso eterno e comoveu a cidade.
Na última sexta-feira, Joaquim trabalhou por todo dia. No final da tarde, foi à casa de um vizinho frisar o convite de sua festa de aniversário, no próximo dia 28. Mas, o carroceiro acabou passando mal, sofreu um infarto, e caiu de uma escada. O socorro foi rápido, mas Joaquim não resistiu.
No cortejo pelas ruas da cidade e no enterro as homenagens emocionaram a população. Segundo o ex-genro de Joaquim, José Bento Monteiro, as camisas estampadas com a foto do carroceiro, que seriam usadas no aniversário dele, foram vestidas pelos familiares no dia do último adeus.
Coberto de flores, o burro - apelidado carinhosamente por ele de ‘Maradona’ - levou o caixão até o cemitério local. José Bento Monteiro relata a comoção de todos com a morte de Joaquim. “Ele tinha uma amizade grande com todos. Sua morte comoveu até as crianças, que brincavam de andar na carroça pela cidade. Nos deixou um exemplo, não só para mim, mas para todos de Mimoso, de um homem trabalhador, honesto”.
Viúvo, seu Joaquim carroceiro morava no Centro da cidade, mas nasceu no distrito de São Pedro do Itabapoana. Era pai de 11 filhos, 8 ainda vivos. Dedicou 28 anos de sua vida como tropeiro, mas, como a profissão se extinguiu, tornou-se carroceiro. “Ele costumava dizer que, se parasse de trabalhar, morreria. Meu avô nos deixa exemplo de lealdade, dignidade, um exemplo de vida”, comenta a neta, Maria Jose dos Santos Monteiro.
SOLIDARIEDADE
Idealizado por um pároco local e amigo do senhor Joaquim, uma ação solidária será realizada no próximo dia 28, data em que completaria seus 93 anos. O burro, amigo e instrumento de trabalho do senhor Joaquim, ficará na data em frente à matriz para o recolhimento de donativos e alimentos não-perecíveis. As doações serão entregues a instituições beneficentes do município.
Fonte: Gazeta Online
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