Tempero indispensável entre os brasileiros, o quilo do alho já pode ser encontrado a quase R$ 40 nos supermercados e sacolões do Rio. O problema, destacam especialistas, está na baixa oferta do produto que vem da China e da Argentina, maiores fornecedores do produto para o Brasil. Juntos, os países são responsáveis por 65% das importações brasileiras.
— A maior parte do alho que consumimos vem de fora e houve problemas nas safras chinesa e argentina, devido a problemas climáticos. Isso aconteceu no início do ano, o que tem pressionado o preço nos últimos meses. Este efeito, somado à variação do dólar, que faz parte do processo de importação, refletiu no aumento — explica Rafael Corsino, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa).
Os tipos do tempero, como o alho branco e o roxo, apresentaram altas expressivas. De acordo com a Divisão Técnica das Centrais de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ), nos cinco primeiros meses de 2016, se comparado ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 61% no valor médio do alho argentino e de 40,2% no chinês.
Nos mercados e nos sacolões do Rio, a alta no preço assusta os consumidores. Ontem, numa pesquisa feita pelo EXTRA, o quilo do produto variava de R$ 18,80 a R$ 34,99. Estes valores foram encontrados na Zona Norte da cidade. No Centro, o produto era vendido a preços mais salgados, entre R$ 19,98 e R$ 39,98.
Quem vai às compras sente no bolso a inflação.
— É difícil ficar sem, mas tem sido muito difícil achar por menos de R$ 20. Só compro em promoção — diz a doméstica Sandra Silva.
Produto Importado
A maior parte do alho consumido no Brasil vem de outros países. Os maiores fornecedores são a China, responsável por 40%, e a Argentina, com 25%.
Alho Nacional
35% do tempero consumido no país é cultivado no Brasil. Porém, quantidade plantada em terras brasileiras é insuficiente para abastecer o mercado nacional.
Produtor
Segundo a Associação Nacional dos Produtores de Alho, a alta dos preços no varejo não reflete em ganhos para o produtor. Segundo dados da associação, o produtor tem recebido em média R$ 12 pelo quilo do produto.
Preços mais em conta
Segundo especialistas, os preços devem começar a ficar mais em conta no início de setembro, período em que a safra brasileira chegará ao mercado.
Extra
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