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Foto: Carlos Emir- O Diário
A Polícia Federal prendeu a secretária municipal de Desenvolvimento Humano e Social e a coordenadora do Programa Cheque Cidadão em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, na manhã desta sexta-feira (23). O programa é investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de irregularidades. Segundo o delegado que está à frente das investigações, Paulo Cassiano Júnior, o programa está sendo utilizado para fins eleitorais.
Ao todo, a operação tem o objetivo de cumprir 10 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Oito eleitores também foram presos suspeitos de venderem o voto. O programa concede benefício de R$ 200 para famílias de baixa renda.
“A investigação diz respeito ao descumprimento do fim público do Cheque Cidadão, que está sendo utilizado para a compra de votos em benefício de candidatos a vereador e candidato a prefeito apoiado pelo atual governo”, afirmou o delegado.
Segundo as investigações, os eleitores presos têm ligação com um vereador que foi preso no último dia 29 de agosto suspeito de aliciamento de eleitores para a compra de votos. Segundo o delegado, as pessoas presas nesta sexta estavam junto com o vereador no momento em que ele foi abordado pela polícia.
O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Campos na manhã desta sexta-feira (23) e aguarda um posicionamento. A equipe de reportagem tenta também o contato com a defesa da secretária de Desenvolvimento Humano e Social, da coordenadora do Programa Cheque Cidadão e dos oito eleitores presos.
Ministério Público investiga aumento no número de beneficiados
O programa foi suspenso nesta quinta-feira (22) pela Justiça Eleitoral para os beneficiários que foram cadastrados a partir de junho deste ano, devido ao período de campanha. A suspeita é de irregularidades.
A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), que investiga o crescimento do número de inscritos. O órgão suspeita que os novos benefícios tenham sido entregues a pessoas ligadas a 34 candidatos ao cargo de vereador. Segundo o MPE, em março estavam cadastrados 11.500 mil beneficiários, enquanto em agosto o número subiu para quase 13 mil.
Em nota enviada na quinta-feira (22), a Prefeitura de Campos informou que não havia sido notificada, mas que vai recorrer da decisão. A prefeitura ressaltou que o programa existe há oito anos e que para obter o benefício, é preciso atender critérios socioeconômicos, os mesmos de programas similares como o Bolsa Família do Governo Federal.
“Periodicamente o programa tem sido auditado e já passou por dois recadastramentos para evitar possíveis irregularidades. […] A Prefeitura Municipal de Campos esclarece que a primeira interessada em sanar possíveis inconsistências do programa de transferência de renda é a municipalidade, que já instituiu através de portaria da Prefeita uma comissão para apurar o cadastro”, disse a nota.
Fonte: G1/Rádio Natividade
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