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quinta-feira, 12 de março de 2020

CAMPOS REGISTRA NOVO CASO SUSPEITO DE CORONAVÍRUS NESTA QUARTA

Unimed
Unimed-Foto: Antônio Leudo
O Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Campos informou que foi notificado, nesta quarta-feira (11), sobre uma paciente atendida no Hospital Unimed com suspeita de contaminação pelo novo coronavírus. De acordo com boletim divulgado pelo ministério da Saúde, o número de casos confirmados da doença no Brasil subiu para 52. No entanto, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia confirmou um novo caso e o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, divulgou a confirmação de 16 novos casos, somando 69 no país. Destes, 13 pacientes são do estado Rio de Janeiro. Na região Norte Fluminense, outro caso suspeito, ocorrido no município de Conceição de Macabu, é acompanhado pelas autoridades de saúde desde o último sábado. No final de fevereiro, uma mulher deu entrada no Hospital Ferreira Machado com sintomas da doença, mas os exames descartaram a contaminação pelo vírus. 
Sobre o novo caso suspeito de Campos, o município informou que a paciente colheu exame em laboratório particular e está em isolamento domiciliar. “O órgão está monitorando o caso. Até o momento, não há nenhum caso de coronavírus confirmado em Campos”, informou o município em nota.
O Hospital Unimed emitiu nota afirmando que está totalmente estruturado para atender casos suspeitos do coronavírus, seguindo os critérios e protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. As notificações de casos suspeitos são feitas à Secretaria de Saúde de Campos.
O paciente de Conceição de Macabu é um homem, de 39 anos, que estaria descumprindo as regras de isolamento desde que chegou de Portugal, na semana passada. Na terça, a Prefeitura acionou o Ministério Público para que sejam tomadas as medidas cabíveis, mas até o momento não há informação sobre decisão judicial. Segundo o município, ele está estável e sendo acompanhado e monitorado pela Vigilância Epidemiológica.
O Diário Oficial do Estado publicou, nesta quarta, um decreto que autoriza internação compulsória em caso de recusa das normas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, defendeu a medida. “Há uma discussão jurídica sobre a internação compulsória. Eu tenho uma visão de que, quando se trata de saúde pública, de coletividade, o interesse individual não pode se sobrepor ao interesse da coletividade”, disse. Para Witzel, que cumpre agenda em Brasília, o Estado tem poder de polícia, assim como as autoridades sanitárias, e pode usar desse poder para preservar a integridade física.
O rio é o segundo estado com maior incidência, atrás apenas de São Paulo, que tem 30. No Brasil, existem 935 suspeitas de contaminação, 133 delas no estado do Rio. “Reforço que, até o momento, continuamos sem transmissão ativa do vírus no Rio de Janeiro. Os casos confirmados até agora são importados do exterior. Permanecemos no Nível Zero do nosso plano de contingência. Alerto a população para os cuidados para prevenir o contágio, como higienizar as mãos com frequência e evitar levá-las ao rosto”, explica Edmar Santos, secretário de Estado de Saúde. O secretário esclareceu ainda que técnicos da SES analisam o comportamento do vírus no Hemisfério Sul, como grau de transmissibilidade e letalidade.
Segundo o ministério da Saúde, cerca de 42 mil postos de saúde espalhados pelo país são capazes de atender a 90% dos possíveis casos. “Estudos indicam que a grande maioria dos casos de Covid-19 são mais leves e poderiam ser atendidos nesse nível de atenção. A população pode buscar os serviços quando apresentar os sintomas iniciais do vírus, como febre baixa, tosse, dor de garganta e coriza. Para isso, o Ministério da Saúde está reforçando ainda mais a capacidade assistencial da Atenção Primária durante a emergência do coronavírus”, defendeu o órgão.
Como resposta a pandemia, o governo federal lançou o programa “Saúde na Hora 2.0” que prevê ampliação do horário de atendimento dos postos de saúde. Segundo o órgão, o prefeito tem que solicitar a adesão a essa nova modalidade caso deseje receber recursos.
A Folha procurou os municípios de Macaé, Itaperuna, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana sobre o assunto, mas nenhum deles se manifestou. A prefeitura de Campos informou que o Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde segue monitorando a situação e, no momento, “não vê necessidade de ampliar os horários de atendimento, pois não há vírus circulante no município. Caso seja necessário, serão tomadas as medidas necessárias para adesão ao programa”, explicou.

Folha da Manhã

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