Foto: Ricardo Cassiano/Agência O Dia
O governador do Rio, Wilson Witzel, vai declarar, nesta segunda-feira, situação de emergência em todo o Estado. De acordo com o governador, shoppings vão abrir em apenas um turno, com funcionamento apenas da praça de alimentação — que só poderão ter um terço das mesas ocupadas. O mesmo critério será aplicado a bares e academias serão fechadas, bem como pontos turísticos. O decreto será publicado ainda nesta segunda e entrará em vigor após a liberação de dinheiro do governo federal. Segundo o governador, não há prazo para o fim do período.
Witzel informou ainda que a situação de emergência facilita a contratação de hospitais, serviços e pessoas em caso de necessidade. A medida é caracterizada pela iminência de danos à saúde e aos serviços públicos. O governador alertou ainda que, por conta da redução nos setores comércio e serviços, várias demissões de trabalhadores devem acontecer. "Hoje eu alertei no Fórum de Governadores que muitas demissões ocorrerão e essas pessoas vão para o seguro desemprego".
O governador ainda alertou sobre medidas que possam impedir a circulação da população nas ruas. "Se for o caso, se chegarmos a conclusão que medidas contundentes devem ser tomadas, não serei eu sozinho a tomá-las. Vamos nos reunir, com o governador Doria, o governador Zema, Rui Costa, os estados mais populosos...vamos ao Supremo Tribunal para que diga o que pode e o que não pode fazer. É preciso agilidade para orientação e a população saber que se não cumprir vai ser multada na rua, se for para a praia poderá ser presa. Mas o momento agora é de conscientização. Não desafie a doença, quem desafiou está chorando seus mortos. Faço um apelo aos empresários: se nada for feito, em três semanas vamos ter mais de 20 mil pessoas contaminadas", ressaltou.
"Estamos reunidos desde manhã para avaliar as medidas que deverão ser tomadas pela equipe econômica do estado Nas reuniões que fizemos ontem e hoje conversamos com vários restaurantes, shoppings centers, cinemas, atores culturais. Iremos aperfeiçoar o decreto atual. Estarei consolidando as propostas para declarar situação de emergência no estado do Rio, podendo justificar todas as medidas que devem ser tomadas", disse.
"Faço um apelo à população do nosso estado, aos jovens, aqueles que ainda não entenderam que a situação é grave. Nós estamos tentando evitar que ocorram mortes como estão ocorrendo na Itália e Espanha e ocorreram na China. Se nós agirmos como outros países agiram, como a Coréia do Sul, esvaziando as ruas, restaurantes, nós conseguiremos conter a proliferação do vírus. E por um período de tempo maior teremos condições em acontecendo contágio de pessoas vulneráveis atendê-las nos hospitais.Sem ter que escolher quem vive e quem morre", continuou.
Pelo amor de Deus, à consciência daqueles que ainda não entenderam. Que saibam que não estamos fazendo nenhum tipo de fantasia, briga ideológica, política...esta é uma questão imunitária. O momento é de união. Será reduzido em até 1/3 do atendimento. Poucas pessoas poderão estar em bares e restaurantes. Nossa recomendação é que a comida seja comprada através de serviço de entrega. As pessoas que forem comprar comida, peguem e leve para casa. Sempre evitando contato direto com pessoas mais velhas. Quem comprar a comida, evite ter contato com entregador, que vai estar em várias casas, em alguns países o entregador está deixando a comida na porta e indo embora. Aqui se não for possível, que as pessoas não tenham contato. E se tiver o contato, lavar as mãos imediatamente, passar o álcool em gel, pois o contágio é muito rápido, o vírus se espalha com facilidade".
Witzel também comentou sobre as verbas do governo federal para enfrentar a pandemia. "Os governadores se reuniram virtualmente e levarão uma proposta ao governo federal para liberar aos estados, pelo critério da população, pelo menos R$ 50 bilhões. Não há como superar a crise econômica, de arrecadação dos estados, sem que a União venha socorrer. É a única que tem recursos para socorrer os estados e municípios. Os governadores levarão propostas para os recursos da saúde serem imediatamente disponibilizados, além daquilo que já foi disponibilizado de R$ 5 milhões. Para o Rio de Janeiro, apenas R$ 36 milhões. Isso é muito pouco, nem dá para começar a pensar. Nós estamos estimando um custo de R$ 1 bilhão".
"Os principais atingidos são os mais velhos. Nós estamos consolidando outras medidas para podermos restringir ainda mais a mobilidade das pessoas. Também com a equipe econômica vamos fazer nossa parte. Vamos disponibilizar o pouco que temos, o Rio de Janeiro passa por uma situação grave, mas para não agravar ainda mais, vamos disponibilizar R$ 320 milhões para ajudar pequenas e microempresas e empregadores individuais, serão essas as que mais sofrem, vamos ajudar com um financiamento com carência de 12 meses. Porque acreditamos que crise não durará, se trabalharmos bem, além de 6 meses", finalizou o governador.
O Dia
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