O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) teve um inquérito arquivado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes na última sexta-feira (7/3). O ministro acompanhou o parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Lindbergh Farias era investigado pela participação em supostos pagamentos irregulares durante seu mandato de prefeito de Nova Iguaçu (RJ), que envolveriam membros do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Rogéria Beber, mulher do empresário Murilo Rego, teve uma conversa gravada com Jaime Ferreira, ex-assessor de Lindbergh. Na época, Ferreira levou R$ 150 mil para a casa do empresário. As investigações são de 2008.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reconheceu que a gravação revela relacionamentos questionáveis, mas classificou que continuar com as apurações seria inviável, por falta de força das diligências já feitas.
Segundo consta no inquérito, Janot afirma que "o extenso diálogo degravado contempla diversos trechos que, de fato, sugerem questionável relacionamento entre os personagens investigados. Não obstante, as diligências já desenvolvidas não foram capazes de robustecer os elementos que impulsionam o início da apuração. Emerge, por ora, a inviabilidade de reunião de acervo probatório para a formação de justa causa para o oferecimento de denúncia, ou mesmo para a continuidade das investigações".
Janot ressalta que os fatos aconteceram há seis anos e que poderiam ter sido praticados às escondidas. Ele não descarta atitudes ilícitas no processo, mas reforça a falta de provas concretas.
"Efetivamente, pairam no ar elementos que denotam eventuais participações espúrias de autoridades e empresas em todas as questões relacionadas no presente feito. Ocorre que, fora isso, não existem dados concretos mínimos a amparar eventual instauração de ação penal", diz o procurador-geral da República no inquérito.
Fonte: O Globo.
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