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Em dois anos, o governo federal desembolsou mais R$ 55 milhões para pagar o Bolsa Família a 13 mil moradores do Espírito Santo que não tinham direito ao benefício. Os recursos, que devem ser destinados à população de baixa renda, foram sacados por empresários, servidores, doadores de campanha e até “mortos”.
A fraude, investigada pelo Ministério Público Federal, foi identificada a partir de um cruzamento de dados. Segundo o órgão, entre 2013 e 2014, foram pagos 26.905 benefícios sob forte suspeita de irregularidade a 13 mil pessoas no Estado, somando R$ 55.055.157. O gasto com benefícios ilícitos representa 8% do montante pago nesse período pelo governo federal a beneficiários do Espírito Santo, que foi de R$ 650.147.195.
Em todo o país, as suspeitas de fraudes no pagamento do programa Bolsa Família atingem 1,4 milhão de beneficiários e podem representar um prejuízo para o governo de R$ 2,5 bilhões. Além de saques feitos com o CPF de pessoas que já morreram, há recursos destinados a indivíduos sem CPF ou com CPFs múltiplos.
O Ministério Público deu prazo de 30 dias para que o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário informe quais providências serão tomadas diante de inconsistências identificadas.
O levantamento fez parte de um projeto lançado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em junho do ano passado, e tem como objetivo de combater as fraudes do programa.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário afirmou que “não ignora a possibilidade de irregularidades ocorridas na gestão anterior”, isto é, da presidente afastada Dilma Rousseff.
O texto também diz que a “pasta está empenhada em aperfeiçoar o controle e os mecanismos de fiscalização dos beneficiários do Bolsa Família” e que integrantes do ministério entraram em contato com o Ministério Público Federal para tratar do assunto e criar um comitê de controle “para depurar e garantir que o Bolsa Família seja destinado para quem mais precisa”.
A Gazeta
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