A confusão aconteceu na manhã desta quarta-feira (22) no hospital da Associação dos Funcionários Públicos do Espírito Santo
Após um desentendimento, médicos se agrediram fisicamente dentro de um centro cirúrgico enquanto paciente aguardava na mesa de cirurgia. A confusão aconteceu na manhã desta quarta-feira (22) no hospital da Associação dos Funcionários Públicos do Espírito Santo (AFPES).
De acordo com os relatos dos envolvidos, a briga começou por conta do atraso do médico anestesiologista, que não chegou na hora prevista para o início de uma cirurgia agendada para as 9 horas da manhã, segundo administração do hospital.
Segundo o ortopedista Luiz Augusto Nogueira Maciel, duas cirurgias estavam agendadas para o período da manhã, entretanto, o anestesiologista só compareceu ao local uma hora e 40 minutos depois do horário programado.
“Assim que ele chegou, eu questionei porque ele estava tão atrasado, já que a paciente era idosa e estava preparada na mesa há muito tempo. Foi aí que ele ficou nervoso e iniciou uma série de insultos contra mim. Mas, quando eu menos esperava, ele me deu um soco que chegou a quebrar meu nariz”, detalhou Maciel.
Já o anestesiologista Cláudio Costa, 46 anos, nega que tenha chegado com atraso de quase duas horas e afirma que foi o ortopedista quem provocou o desentendimento.
"O que aconteceu é uma coisa chata, triste e constrangedora. Nunca tive problema com ninguém e o que aconteceu me pegou de surpresa. Cheguei atrasado ao hospital porque estava chovendo, e o trânsito ficou complicado. Apesar de ter avisado, o outro médico me ofendeu. Ele estava descontrolado e ameaçou até jogar um copo de café em mim. Ele me lançou todo o líquido que estava no frasco de adoçante contra mim. Mesmo que eu tenha tentado evitar a confusão, o ortopedista continuou me ofendendo. Eu já estava saindo da sala quando ele me empurrou. Quando olhei para trás ele estava com uma cadeira para atirar contra mim e foi só depois dessa agressão que eu reagi".
O ortopedista contesta a versão e alega que não agrediu o colega de trabalho com um empurrão em nenhum momento.
Os enfermeiros e outros profissionais que estavam no local precisaram apartar a briga dos médicos para evitar mais agressões. Enquanto isso a paciente que já estava internada há mais de 10 dias no hospital à espera de um procedimento cirúrgico no punho, passou mal e não pode realizar a operação como estava previsto.
O ortopedista registrou boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia de Vitória, no centro da Capital, e passou por exame de corpo de delito na tarde desta quarta-feira (22). O exame constatou que ele havia fraturado o nariz.
Já o anestesiologista procurou o Conselho Regional de Medicina (CRM) e também registrou ocorrência.
HOSPITAL
Devido à confusão, todas as cirurgias que estavam agendadas para esta quarta-feira (22) no hospital da AFPES foram canceladas e serão reagendadas. O diretor geral do hospital, Gustavo Stefenoni, explicou que a medida foi tomada para evitar riscos aos pacientes.
Stefenoni também frisou que este é um fato isolado e que após ouvir as versões preparou um memorando relatando o ocorrido e enviou ao Conselho Regional de Medicina (CRM). “Também abriremos procedimento administrativo para apurar o que aconteceu. Quando o relatório estiver pronto será submetido ao conselho executivo do hospital que será o responsável por penalizar os envolvidos”, garantiu o diretor.
CRM
O Conselho Regional de Medicina (CRM) abrirá uma sindicância para apurar o caso.
Segundo o corregedor do CRM, Thales Gouveia Limeira, “em situações como esta é necessário que seja apurada a confirmação de delito ético”.
Constatando que houve má conduta dos profissionais, o conselho dará um prazo para que cada um dos lados faça suas defesas e apresente provas, argumentos e testemunhas do fato.
“Após essa fase, os conselheiros fazem o julgamento e aplicam a pena que pode variar de uma advertência até a cassação do registro profissional”, conclui.
Gazeta Online
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