Apontada como a chefe do esquema, Andrea Ferreira Leone, 44 anos, que atuava de forma clandestina como despachante, está foragida
Oito pessoas acusadas de participar de uma organização criminosa especializada em falsificar documentos, vender veículos roubados e de fraudar débitos junto ao Detran foram presas durante a "Operação Tsunami", realizada pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV). Apontada como a chefe do esquema, Andrea Ferreira Leone, 44 anos, que atuava de forma clandestina como despachante, está foragida. Além dela, a polícia procura Necivaldo Oliveira de Jesus, 45 anos, que participava na adulteração dos veículos roubados.
As investigações da delegacia duraram 9 meses e um total de 18 pessoas foram indiciadas pelos crimes. A quadrilha atuava em três frentes. Falsificava documentos como carteiras de identidade e habilitação, documentos de veículos e notas fiscais.
O grupo também quitava, irregularmente, débitos de licenciamentos e multas junto ao Detran hackeando contas bancárias de terceiros por meio da internet. Para completar a "trilogia" do crime, eles adulteravam e vendiam veículos fruto de furtos ou roubos.
Segundo a polícia, as investigações resultaram em um inquérito policial com 389 páginas, presidido pelo delegado Ricardo Monteiro de Toledo e finalizado por meio de um relatório conclusivo de 39 páginas enviado à Justiça nessa segunda-feira (25). O relatório aponta que Andrea era a responsável por receber de Adelson Inácio de Souza os nomes e contatos de possíveis interessados em quitar débitos com o Detran de forma fraudulenta.
De posse dos nomes, Andrea intermediava as negociações entre os interessados e o "hacker" (que ainda não identificado), recebendo valores em sua conta - em geral, aproximadamente 60% do valor da dívida.
Já o aposentado Alfredo de Souza, conhecido como "Alfredão", 62 anos, além de encaminhar os nomes e contatos para Andrea, também participava da falsificação de documentos e da adulteração de veículos, uma vez que, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência, foram encontrados diversos documentos falsificados ou em branco, bem como placas e documentos de veículos clonados.
Outro preso pelo esquema, o empresário Naldianer Vieira da Silva, conhecido como "Zé Imperial" ou "Zé do Hotel", 54 anos, está, segundo a polícia, diretamente relacionado à falsificação de documentos e da clonagem e receptação de veículos, sendo que sua participação foi comprovada tanto por meio do cumprimento de mandados de busca e apreensão como pelo depoimento de outros envolvidos. Naldianer e seu filho, Jhonatan Bento Vieira, confeccionavam e entregavam os documentos falsificados.
Veja abaixo os nomes e participação dos acusados na associação criminosa:
- Jhonatan Bento Vieira, 26 anos, conhecido como "Gordinho", filho de Naldianer: possuía em seus equipamentos eletrônicos (computadores e pen drives, dentre outros), diversos modelos e materiais empregados na falsificação de documentos.
- Antônio Marcondes Vieira, 46 anos, pintor automotivo: entregava os documentos falsificados para os compradores.
- Adelson Inácio, 60 anos, desempregado: fazia contato com os possíveis interessados na quitação irregular dos débitos com o DETRAN e repassava seus nomes para Andrea.
Necivaldo Oliveira, 45 anos, desempregado: participava na adulteração dos veículos furtados/roubados, providenciando placas "frias", cabendo ressaltar que ele já foi indiciado em 2016 por crime semelhante, existindo contra ele mandado de prisão preventiva oro aberto.
Jhonnatan Virgínio, conhecido como "Di menor", 22 anos, desempregado: atuava na receptação, adulteração e venda de veículos automotores de origem criminosa, estando associado diretamente a dois núcleos: um envolvendo Naldianer, outro envolvendo Billy Jonh da Silva Britto e Patrick Werneck Gomes.
Billy Jonh da Silva Britto, 36 anos, desempregado: atuava na receptação, adulteração e venda de veículos automotores de origem criminosa juntamente com Jhonnatan e Patrick.
Patrick Werneck Gomes, 20 anos, desempregado: atuava na receptação, adulteração e venda de veículos automotores de origem criminosa juntamente com Jhonnatan e Billy.
Os investigados responderão por diversos crimes, como furto qualificado mediante fraude (pena de até oito anos de reclusão); apropriação indébita (pena de até quatro anos de reclusão); receptação (pena de até quatro anos de reclusão); receptação qualificada (pena de até oito anos de reclusão); posse de petrechos - termo que significa utensilios ou ferramentas - de falsificação (pena de até três anos de reclusão); falsificação de documento público (pena de até seis anos de reclusão); uso de documento falso (pena de até seis anos de reclusão); adulteração de sinal identificador de veículo automotor (pena de até seis anos de reclusão) e organização criminosa pena de até oito anos de reclusão).
Gazeta Online/Com informações de Mayra Bandeira
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