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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

SÉRGIO CABRAL RELATA PROPINAS EM OBRAS DO MARACANÃ, LINHA 4 DO METRÔ E PORTO DO AÇU

O ex-governador do RJ Sérgio Cabral (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo/Arquivo)
Foto:Fábio Motta/Estadão Conteúdo/Arquivo
Em depoimento ao Ministério Público Federal, durante o qual pela primeira vez admitiu receber propina , o ex-governador Sérgio Cabral falou de valores ilícitos supostamente pagos durante a reforma do Maracanã, a desapropriação do Porto do Açu, a Linha 4 do Metrô.
Nos relatos, realizados em 21 de fevereiro passado, o ex-governador falou principalmente da participação de seu ex-chefe da Casa Civil, Régis Fichtner, preso pela Lava Jato. Ele mencionou também outros nomes de empresas e políticos.
A seguir, os casos em que Sérgio Cabral apontou irregularidades:
· Maracanã - De acordo com o ex-governador, a obra era feita pela secretaria estadual de Obras, na época sob responsabilidade de Luiz Fernando Pezão. Já a concessão do estádio foi feita pela Casa Civil, de Régis Fichtner. Cabral conta que Regis recebeu propina da Odebrecht "por meio de serviços superfaturados de seu escritório de advocacia à empresa.
· Linha 4 do metrô - No metrô, embora os preços sejam todos os equivalentes a outros países, "o valor da obra poderia ter sido menor, se não houvesse a combinação com as empresas". Segundo Cabral, Regis Fichtner recebeu mais de R$ 5 milhões de propina, saindo "do caixa de propinas do ex-governador".
· Porto do Açu - Sérgio Cabral confessou que recebeu US$ 16 milhões da empresa de Eike Batista durante a campanha eleitoral e que "o escritório de Regis Fichtner ganhou mais de uma dezena de milhões de reais ilicitamente na questão do porto".
· Propinas a Fichtner - Cabral disse que para o pagamento de indenização à empresa Automodelo, da família de Carlos Osório houve pagamento de propina para ele e para Regis Fichtner.
Em nota, a defesa de Regis Fichtner disse só vai se manifestar quando tiver acesso ao depoimento do ex-governador.
O advogado de Eike Batista, Fernando Martins, informou que não teve acesso ao conteúdo do depoimento de Sérgio Cabral e que Eike Batista "refuta qualquer acusação de relações escusas com o então governador Sergio Cabral ou qualquer outro agente público".
A Odebrecht disse em nota que "tem colaborado de forma eficaz com as autoridades em busca do pleno esclarecimento dos fatos narrados pela empresa e seus ex-executivos. A empresa disse ainda que já usa as mais recomendadas normas de conformidade em seus processos internos e segue comprometida com uma atuação ética, íntegra e transparente".
A reportagem ainda não obteve resposta do ex-governador Luiz Fernando Pezão, que ocupou a secretaria de Obras da gestão de Sérgio Cabral e de Carlos Osório, que ex-deputado estadual.

G1

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