É a primeira vez desde 2009 que a Petrobras diminui o preço dos combustíveis. Diesel também teve redução e vai ficar 2,7% mais barato
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (14) a redução no preço dos combustíveis. A estatal informou que seu Grupo Executivo de Mercado e Preços, em sua primeira reunião, decidiu reduzir o preço do diesel em 2,7% (média Brasil) e da gasolina em 3,2% (média Brasil) na refinaria. Esses preços entrarão em vigor a partir da zero hora deste sábado, dia 15.
Se o ajuste feito for integralmente repassado, o diesel pode cair 1,8% ou cerca de R$ 0,05 por litro, e a gasolina 1,4% ou R$ 0,05 por litro. O impacto no preço final vai depender da decisão dos redes de combustíveis e distribuidoras.
É a primeira vez que isso ocorre desde 2009. Em junho daquele ano, o preço da gasolina caiu 4% e o diesel teve redução de 15%. Já em setembro de 2015, a gasolina subiu 6% e o diesel teve alta de 4%.
O Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo do Estado do Espírito Santo (Sindipostos-ES) destaca, por nota, que não é possível afirmar quanto, quando ou se haverá alteração de preço para o consumidor. Isto porque depende do repasse das distribuidoras e também se os governos estaduais não aproveitarão para embutir algum aumento de pauta no ICMS, o que é bem comum. A instituição ainda reitera que o mercado é livre e cada revendedor estabelece o seu preço de venda de acordo com seus custos e estratégias de mercado.
Para o diretor de Comunicação e Financeiro do Sindipostos-ES), Nerleo Caus, a medida mostra que a Petrobras está mudando a sua política de preços e levará em consideração a paridade internacional.
“Um grave erro do passado está sendo corrigido. É inaceitável que os preços no nosso país estejam desalinhados com o resto do mundo, sendo mantidos artificialmente com objetivos eleitoreiros e populistas. Queremos crer que agora o setor de combustíveis no Brasil entre de vez nos trilhos”, afirma.
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras informou que "a decisão do grupo gestor levou em conta o crescente volume de importações, o que reduz a participação de mercado da Petrobras, e também a sazonalidade do mercado mundial de petróleo e derivados". A estatal destaca ainda que "futuros ajustes de preços de combustíveis serão comunicados via nota à imprensa e canais internos de comunicação aos clientes".
A companhia explicou que, com as reuniões mensais do Grupo, os preços podem cair, subir ou se manter iguais. Na prática, os valores terão mais oscilações.
"Essa política é baseada na paridade internacional de preços, no qual adicionamos uma margem. E vamos ter um Comitê que vai avaliar uma vez por mês os preços. E esse Comitê vai avaliar e tomar as decisões para saber se é preciso reduzir ou elevar os preços. Estamos fazendo esse primeiro movimento de redução", disse Pedro Parente, presidente da estatal.
Segundo a estatal, a política de preços segue basicamente quatro premissas. Entre elas, estão o preço de paridade internacional (PPI), que já inclui custos como frete de navios, custos internos de transporte e taxas portuárias; margem para remuneração dos riscos inerentes à operação, tais como, volatilidade da taxa de câmbio e dos preços, sobre estadias em portos e lucro, além de tributos; o nível de participação no mercado; e preços nunca abaixo da paridade.
"A política que será posta em prática prevê avaliações para revisão de preços pelo menos uma vez por mês. É importante ressaltar que, como o valor desses combustíveis acompanhará a tendência do mercado internacional, poderá haver manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias", disse a estatal.
A companhia está em processo de venda da BR Distribuidora, maior rede de combustíveis do país com cerca de oito mil lojas. Ontem, as Lojas Americanas mostraram interesse em participar do processo. Pelo negócio, a estatal continua com a maior capital total da subsidiária, mas limitada a 49% do capital votante.
Gazeta Online/Fonte: Com informações de Rafael Silva
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