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sábado, 9 de setembro de 2017

HOMEM É ENTERRADO DUAS VEZES POR CAUSA DE BRIGA DE FAMÍLIA

Filhas do ex-tenente do Exército providenciaram o sepultamento em Cariacica, mas filho de outro casamento desenterrou o corpo e levou para Piúma
Em menos de 24 horas um ex-tenente do Exército, 79, que faleceu na última quinta-feira (7), vítima de insuficiência respiratória aguda, foi enterrado e desenterrado, tudo por causa de uma desavença em família. Na tarde desta sexta-feira (8), ele foi enterrado em Cariacica e, poucas horas depois, o corpo foi exumado e seguiu para Piúma, no Sul do estado.
Com a primeira esposa, o ex-tenente teve sete filhas. Em 1995 ele se casou novamente e com a atual mulher tem um filho. De acordo com as filhas, elas ficaram anos sem ter contato com o pai, até que foram informadas de que o idoso estaria sendo maltratado pela atual mulher.
Diante disso, uma das filhas, uma decoradora de 51 nos, foi a Piúma, constatou que a denúncia era verídica e entrou com um pedido de tutela do pai, que morava com ela havia cerca de um ano, em Santa Cecília, Cariacica.
Na última segunda-feira (4), o ex-tenente infartou cinco vezes. Três dias depois, faleceu. Segundo a decoradora, a justiça deu a ela e às irmãs o direito de enterrá-lo.
Elas contam que a atual mulher e o filho participaram do velório na tarde de quinta-feira e, a todo tempo, o filho pedia para esperar a chegada de um parente. Mas, na verdade, era um oficial de justiça.
Antes que o parente chegasse, o corpo foi enterrado, “Eu ajudei o coveiro a enterrar, joguei terra até com as mãos, porque o desejo dele era ser enterrado em Cariacica”, conta outra filha, de 31 anos.
Ela ainda afirma que o oficial de justiça chegou ao local 30 minutos após o enterro e afirmou que a atual família não poderia desenterrar o corpo sem autorização judicial. Ele orientou as filhas a buscar orientação no Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Por volta das 18h, as filhas estavam no Tribunal e foram informadas pelo coveiro que o irmão delas, acompanhado de uma escolta, havia desenterrado o corpo e estaria seguindo com ele para Piúma.
“Agora vamos pegar uma autorização judicial para tentar impedir que ele seja enterrado em Piúma. Desenterrar um corpo sem autorização judicial é crime, e ele pode ser preso, de acordo com a juíza”, afirmou a decoradora.
Procurada a assessoria do Tribunal de Justiça informou que devido ao feriado, as demandas serão atendidas na segunda-feira (11).
Suspeita de maus-tratos 
O ex-tenente do Exército morava com uma das filhas havia cerca de um ano. Ela conta que ela e as irmãs o resgataram da convivência com a atual esposa, que o maltratava.
“Após ele se separar da nossa mãe perdemos o contato, e anos depois descobrimos que ele estava sendo maltratado pela atual mulher. Ao chegar em Piúma o encontrei sujo, cheio de feridas e com a glicose alta”, conta uma das filhas, uma decoradora de 51 anos. Além disso, segundo a filha, o idoso sofria de Mal de Parkinson e Alzheimer.
Após receber cuidados, o idoso disse que queria voltar para o convívio da atual família, então as filhas combinaram com ele que se houvesse maus-tratos era para ele informá-las. “E a mulher nunca deixava ele atender nossas ligações”, lamenta outra filha.
Há cerca de um ano, uma das filhas do primeiro casamento conseguiu a tutela provisória do pai e o trouxe para Cariacica. Ela afirma que uma audiência estava marcada para outubro, para que a guarda do ex-tenente fosse entregue de vez a ela. “Ele falava que não queria voltar pra lá, pois ficava com sede e sem comida”, conta a filha, de 51 anos.

Gazeta Online

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