Páginas

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

CASAL DE JOVENS MORRE BALEADO APÓS SAIR DO TRABALHO EM PIÚMA

Foto: Divulgação-Redes Sociais

Um dia após ir à delegacia pedir medida protetiva, por sofrer ameaças do ex-namorado, a garçonete Jéssica Brito Costa, de 24 anos, e o atual companheiro, o garçon Walace dos Santos Dias, 20, foram assassinados. O crime ocorreu na madrugada de ontem, no Centro de Piúma, litoral Sul do Estado. O principal suspeito, segundo a polícia civil, é Maxuel Pacheco Bento, que está foragido. 
“A nossa principal linha de investigação é crime passional, pois na última sexta-feira, a Jéssica esteve na Delegacia de Piúma pedindo medida protetiva, eu mesma a atendi. E segundo testemunhas, os disparos foram feitos pelo Maxuel”, afirmou a policial civil Mara Batista. 
Walace saiu do restaurante por volta de 1h e passou na lanchonete onde Jéssica trabalhava para seguirem para casa. Testemunhas contaram para a Polícia Militar que eles estavam acompanhados de uma jovem e seguiram pela rua quando o suspeito chegou em uma motocicleta atirando pelas costas. 
Os três correram, mas Walace caiu no caminho e o suspeito deu três tiros nas costas dele e em seguida na cabeça de Jéssica. Eles foram socorridos por uma ambulância, mas o garçom morreu a caminho do hospital e a garçonete chegou a dar entrada na unidade hospitalar, mas também não resistiu aos ferimentos. A outra jovem não foi atingida. 
A equipe médica encontrou uma faca nas costas do garçom. O caso foi registrado na delegacia de Itapemirim e será encaminhado para a delegacia de Piúma. 
Casal estava junto há 15 dias 
Familiares de Jéssica contaram para a Polícia Militar que ela namorava com Walace há aproximadamente 15 dias. E ainda que ela estaria sendo ameaçada pelo suspeito, que é ex- namorado dela. O caso chegou a ser registrado na delegacia onde ela pediu uma medida protetiva na última sexta-feira. 
O Espírito Santo, segundo Estado brasileiro que mais mata mulheres, segundo o Mapa da Violência 2015, possui números nada orgulhosos que reforçam a sensação de insegurança. 
Tramitam no Poder Judiciário do Espírito Santo mais de 35 mil casos de violência doméstica contra a mulher, segundo dados do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), no mês passado. 
O último levantamento da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica, também do TJES, contabilizou a emissão de 18.022 medidas protetivas em 2015 e em 2016. 
E esses números poderiam até ser maiores. A leitura que se faz é de que em locais onde não há varas especializadas em violência contra a mulher a demora para conceder a medida é maior, avalia a juíza Hermínia Azoury, em entrevista concedida em agosto. 
Pela Lei Maria da Penha, a concessão da medida protetiva deve ser avaliada e deferida ou negada em, no máximo, 48 horas. Mas a juíza já descobriu casos de demora de até 30 dias. 

A Gazeta


Nenhum comentário:

Postar um comentário