UFF APURA SUSPEITA DE FESTA REGADA A ÁLCOOL E 'DROGAS'

Fotos postadas em redes sociais mostram o grupo de universitários durante a festa

Festa no interior da UFF não tinha autorização da direção e havia substância suspeita (Facebook)

A direção do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Fluminense (UFF/Campos) vai apurar a festa "Bota a Cara no Sol", realizada por alunos da instituição na última quinta-feira (19/3), na sala do diretório acadêmico. Durante o evento, estudantes foram fotografados ingerindo bebida alcoólica e exibindo uma substância aparentando ser ilícita, cujas fotos foram postadas em redes sociais. O diretório defende a legitimidade do evento, alegando uma "atividade cultural para receber novos universitários".

Em nota, o diretor Hérnan Armando Mamani informa que não tinha ciência e que não havia autorização para a festa. Segundo ele, as irregularidades foram registradas por seguranças e outros membros da comunidade acadêmica. Hérnan adianta que vai abrir sindicância para apurar o caso e determinar medidas cabíveis. Antes de enviar a nota, o diretor informou por telefone que, se identificados, os responsáveis serão punidos. "A sala do diretório é para uso de atividades estudantis", afirmou.

Também por telefone, Yuri Costa, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), afirmou que "foi um evento de recepção de calouros do coletivo LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) num espaço que os estudantes ocuparam na marra para reivindicar uma universidade pública de qualidade".

Substância seria um 'cumbaiá'

Quanto à foto em que um dos participantes do evento mostram uma sustância aparentando ser maconha, Yuri disse que passou rapidamente pela festa e que não teve como saber se alguém usou a droga, e que a substância que aparece na palma da mão de um aluno pode ser um "cumbaiá" (junção de ervas que para controle do tabagismo. "A sociedade campista é hipócrita", afirmou.

Yuri falou que o nome da festa (Bota a Cara no Sol) é uma gíria no mundo LGBTT. "Foi uma forma de mostrar que devemos combater essa sociedade cada vez mais preconceituosa e repressiva. Temos que desconstruir uma sociedade que nos foi imposta".

Em Rio das Ostras - No ano passado, um evento polêmico foi realizado na UFF de Rio das Ostras por alunos do curso de Produção Cultural, foi intitulado "Xereca Satânik - A Festa". Imagens foram divulgadas na Internet, gerando grande polêmica. Imagens mostravam mulheres mascaradas nuas e, numa delas, uma genitália sendo costurada. Em outras fotos pessoas aparecem num suposto ritual de magia negra, inclusive com uso de um crânio humano. O caso foi parar na Polícia Federal.

Telmo Filho/JORNAL O DIARIO

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